27 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Edson Pujol, comandante do Exército manda recado a Bolsonaro

General diz que não quer a política dentro dos quartéis

General Pujol diz que a Bolsonaro que não quer política nos quartéis

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou na tarde dessa sexta-feira (13) que a “política não pode estar dentro do quartel”. Mourão concordou com a visão do comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, que disse nessa quinta-feira (12) que as Forças Armadas não têm interesse em se envolver com a atividade política partidária.

“Política não pode estar dentro do quartel. Se entra política pela porta da frente, a disciplina e a hierarquia saem pela dos fundos. O comandante do Exército coloca claramente o que é a nossa posição”, destacou Mourão ao falar com jornalistas na portaria da vice-Presidência no Palácio do Planalto. Segundo ele, as Forças Armadas sofreram, antes de 1964, com uma politização “que só serviu para causar divisão”.

Nessa quinta-feira (12), em participação online em evento do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa, o comandante Pujol afirmou que nos últimos dois anos o Ministério da Defesa e as Forças Armadas se preocupam exclusivamente com “assuntos militares”. “Não queremos fazer parte da política governamental ou do Congresso Nacional e muito menos queremos que a política entre em nossos quartéis”, disse Pujol.

Nesta sexta-feira (13), ao comentar a fala do comandante, Mourão lembrou que “os próprios regulamentos dizem que ao militar é vedado participar de eventos políticos partidários”. Ele justificou dizendo que “a política tem paixões” que podem levar a debates que causem divisões. As restrições do envolvimento com a política valem, em especial na visão de Mourão, para militares da ativa.

“O problema é o seguinte: nós, que somos da reserva, é uma outra situação. Os militares da ativa, esses realmente não podem estar participando disso”, argumentou ao responder sobre a capacidade do cidadão de dissociar as Forças Armadas do governo, uma vez que militares ocupam cargos de ministros e de segundo escalão.

“A nossa legislação foi mudada, no período de 64, porque exatamente o camarada era eleito, participava de processo eleitoral, e depois voltava pra dentro do quartel. Isso não era salutar”, observou.

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