Os problemas no bairro do Pinheiro parecem não ter fim. A Federação do Comércio do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), por meio de seu instituto de pesquisa, detectou que 95% dos comerciantes da região estão sofrendo redução de receita. E não é para menos com toda esse temor, compreensível, provocado pela abalo sísmico e o surgimento das rachaduras nos imóveis da região.
O bairro tem cerca de 19 mil habitantes. As fissuras chegam a 1,5 km de extensão e afetam cerca de 2.480 moradias. Dados da Defesa Civil apontam para 777 imóveis vazios e a situação é considerada de emergência pela Prefeitura Municipal de Maceió.
Para 57,3% dos entrevistados pelo Instituto Fecomercio, o movimento reduziu mais em janeiro deste ano. Para 32,5% dos empresários, a queda começou a ser sentida no mês de dezembro. Outro dado preocupante é que 91% dos entrevistados que têm comércio no Pinheiro não possuem outra renda.
A área de comércio e serviços do Pinheiro é distribuída pelos seguintes setores: cabeleireiro (20,5%); mercadinho/mercearia (11,1%); restaurante (7,7%); vestuário (6,8%); padaria/lanchonete (4,3%); oficina/lojas de peças (4,3%); comércio de bebidas (4,3%); farmácia/manipulação (3,4%), material de construção (1,7%), outros (35,9%). E ainda que 62% dos imóveis no bairro são alugados e 38% são próprios.
Segundo informações da Junta Comercial do Estado de Alagoas (Juceal), existem cerca de 2.700 empresas ativas no bairro, sendo 2.060 empresas microempresas, 360 Empresas de Pequeno Porte (EPP) e 248 não são identificadas em termos de porte empresarial.
Apelo às autoridades
Com base nesses dados, o presidente da Fecomércio, Wilton Malta, encaminhou ofício ao Governador do Estado, Renan Filho, solicitando a remissão, que é um perdão da dívida tributária, a anistia de multas e algum tipo de benefício fiscal, como a isenção parcial de ICMS ou a redução da base de cálculo para os comerciantes do Pinheiro.
Já para a Prefeitura Municipal de Maceió, a Fecomércio propõe que sejam concedidas isenções do ISS, das taxas de licença e localização e da taxa de fiscalização do funcionamento, além da anistia das multas. A iniciativa da Fecomércio foi motivada a partir da situação vivenciada pelos moradores do Pinheiro, iniciada nos meses de fevereiro e março de 2018, quando foram registrados tremores de terra na região. Os desdobramentos ao longo do ano criaram um efeito êxodo na região.
“Sabemos que o Estado e a Prefeitura estão sensíveis à situação do Pinheiro. Pedimos atenção para os milhares de empresários da região, pois muitos, além de morarem no local, ainda têm o bairro como sustento, ou seja, o transtorno é duplo”, observou o presidente da Fecomércio, Wilton Malta.
Conforme a Assessoria de Comunicação da Fecomercio, a pesquisa foi realizada nos dias 21 e 22 de janeiro de 2019, nas empresas do Pinheiro. Foram coletadas 117 informações de empreendimentos da região. Os dados completos estão disponíveis no site www.fecomercio-al.com.br/instituto
(Com Informações da Ascom/Fecomercio)