26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Damares tem caso com homem casado e pode perder Ministério da Família

Acusação é de aliado bolsonarista e pode ser repercussão após ministra defender vacinação e criticar chacina no Rio

A ministra Damares Alves, chefe da pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, tem um alvo na cabeça e está na mira do pastor Silas Malafaia.

Sabotada por aliados, a ministra é a fritura da vez no governo Jair Bolsonaro, depois de um blogueiro bolsonarista denunciá-la pelo romance com um homem casado. Caso que ela admite, embora afirme ter sido enganada, pois ele teria mentido sobre o estado civil.

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Oswaldo Eustáquio, que responde inquérito na Justiça por espalhar fake news, foi quem noticiou o “escândalo”. E em um governo que preza pelos costumes e defesa da família tradicional (com toques de racismo, homofobia, apologia à violência e tortura, baixo calão e genocídio), a posição dela ficou difícil de se sustentar. Principalmente por causa de Malafaia.

O pastor conselheiro do presidente Jair Bolsonaro usa da informação de Eustáquio, um blogueiro que admite mentir para a ministra e é ressentido por perder um cargo comissionado no ministério, quando foi preso em julho do ano passado.

“Tem que ver isso se é verdade, não estou dizendo que é. Mas, se for, ela pode cair”. Malafaia.

Na maioria dos templos, apesar do constrangimento, a ordem é de silêncio para tentar abafar o assunto, enquanto que Malafaia já torce para a queda dela. Enquanto isso, Eustáquio diz que já caluniou adversários a pedido dela e que, agora, tenta também constrangê-la.

Damares passou a enfrentar resistência no governo, depois de acreditava” que o presidente não vetaria o passaporte da vacina, ao claramente defender a vacinação, e apagou um post lamentando a morte de 28 pessoas durante uma operação policial em Jacarezinho, no Rio.

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Blogueiro bolsonarista

Oswaldo Eustáquio era integrante do núcleo duro de informação bolsonarista nas redes sociais, onde defendia o presidente e atacava seus rivais políticos. No seu Twitter, que tinha mais de 100 mil seguidores, e no Facebook, onde contava com mais de 300 mil seguidores, ele disparava textos de procedência duvidosa, que também tinham espaço no site “Paraná Agora”.

Em um dos casos mais notórios, ele acusou o jornalista Glenn Greenwald, do site “The Intercept Brasil”, de inventar que a mãe tinha câncer. Ela morreu da doença pouco tempo depois da publicação do texto, e Oswaldo Eustáquio foi condenado a indenizer Greenwald em R$ 15 mil.

Outro alvo do blogueiro, o ativista Guilherme Boulos também recebeu uma indenização de R$ 15 mil, após Oswaldo Eustáquio divulgar um vídeo com informações falsas. acusando Boulos de usar empresas fantasmas na campanha à Prefeitura de São Paulo, em 2020.

Ele foi detido no âmbito da Operação Lume, que apura atos antidemocráticos que defendiam o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Uma das vítimas de Oswaldo Eustáquio – que diz ter perdido o prestígio junto a Damares depois de ser alvo de inquérito judicial e prisão domiciliar –, foi o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC/SP).

O jornalista admitiu ter noticiado, em seu blog, uma noticia falsa contra Feliciano, que o teria prejudicado a assumir o ministério hoje ocupado por Damares.