O site de financiamento coletivo Vakinha anunciou nesta quarta-feira (27/5) que a campanha dedicada ao grupo 300 do Brasil, liderado pela ativista Sara Winter, foi retirada do ar. O movimento é um acampamento na Esplanada dos Ministérios em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A vaquinha virtual já tinha arrecadado R$ 80 mil.
“Ainda sobre o caso dos 300 do Brasil, nosso jurídico concluiu uma nova análise, facilitada pelos eventos recentes, e recomendou a retirada da vaquinha. Como sempre informamos, procedemos em concordância com nosso jurídico e com toda a responsabilidade necessária”. Vakinha, em seu perfil no Twitter.
Ainda sobre o caso dos 300 do Brasil, nosso jurídico concluiu uma nova análise, facilitada pelos eventos recentes, e recomendou a retirada da vaquinha.
— Vakinha (@vakinha) May 27, 2020
Alguns perfis, claro, protestaram da decisão:
Lamentável ver que removeram a vakinha pq simplesmente uma meia dúzia de lacradores queria isso. Nos 300 pelo Brasil só estava armado aqueles que tinha porte, não era algo arbitrário. Infelizmente, agiram pela lacração e não pela razão.
— Refutando hipócritas (@RefutandoH) May 27, 2020
Nunca mais dou uma centavo usando o site de vocês. Vocês passaram de todos os limites. Não foi uma coisa pequena nem rápida, foi grande e demorado. Não tem condições.
— ◼ (@silveira) May 27, 2020
Sara Winter foi um dos alvos da Polícia Federal nesta quarta, no âmbito do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura a disseminação de fake news contra ministros.
A página do financiamento já está fora do ar. Segundo a empresa, quando um projeto de financiamento é cancelado as doações são retornadas aos colaboradores. Integrantes do grupo 300 do Brasil estão acampados nos arredores da Esplanada dos Ministérios desde o dia 1º de maio.
Na descrição do grupo nas redes sociais, o movimento pede adesão de pessoas que estejam dispostas a passar por um treinamento com especialistas em “revolução não-violenta e desobediência civil”, técnicas de “estratégia, inteligência e investigação” e instrução sobre “táticas de guerra de informação”.
Sara, após a ação da PF, desafiou o STF em vídeo:
Sara Winter ameaçando um ministro do STF e sua família. Sara e sua turma não conhecem a palavra limite. Vale lembrar que várias pessoas já foram vítimas de fake news inventadas por pessoas ligadas a Bolsonaro, mas o negócio ficou sério quando o ataque chegou ao STF. pic.twitter.com/g4ZkP2PLWA
— Patrícia Lélis 🇧🇷 (@lelispatricia) May 27, 2020
O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) chegou a pedir que o governador Ibaneis Rocha a desmobilização do acampamento. O grupo bolsonarista foi chamado de “milícia armada” pelos procuradores, que também pediram urgência na decisão judicial, busca e apreensão, e revista dos integrantes.
O grupo é formado por homens e mulheres que vestem roupas camufladas, parecidas com as roupas do Exército, ou camisas verde e amarela.
Segundo uma publicação no Instagram de Sara, o nome foi escolhido baseado nos “300 de Gideão”, do antigo testamento da Bíblia, e dos “300 de Esparta”, a batalha das Termópilas, história de 480 a.C baseada no heroísmo de três centenas de guerreiros contra o Exército persa de 300 mil homens.