26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Teimoso, Bolsonaro não segue recomendações e prejudica pós-operatório

Um dos médicos confidenciou que a maneira como ele e sua família se comportam está atrasando a recuperação do paciente. Quadro de infecção bacteriana não foi descartado

Não há mais uma data fica para a alta do presidente Jair Bolsonaro no hospital Alberto Einstein, em São Paulo. Ele se recupera da reversão da colonoscopia, mas prejudicou sua reabilitação ao voltar a trabalhar antes do previsto. Pior: fez seu intestino parar de funcionar e agravar, ainda que por um período, sem estado de saúde.

Sem criar falsas expectativas, o mais aconselhável é deixar em aberto a data da saída para não criar falsas expectativas que possam se frustrar. Mesmo com a ansiedade do presidente para tirar os holofotes de Mourão.

Um dos médicos que cuidam de Bolsonaro confidenciou a um amigo que a maneira como ele e sua família se comportam está atrasando a recuperação do paciente. “Não estou gostando”. Na cúpula do governo é crescente a preocupação com o estado de saúde do presidente. Quanto mais ele demorar no hospital, mais se arrastarão decisões importantes que dependem unicamente dele.

Uma alta autoridade da República visitou, ontem à tarde, o Congresso, e com mais de um parlamentar comentou que ainda não foi de todo afastado o risco de um quadro de septicemia, infecção grave do sangue que acontece quando uma infecção bacteriana em outra parte do corpo se espalha pela circulação sanguínea, chegando a vários locais.

Ele insiste que está bem:

Evolução

Do domingo para a segunda-feira, Bolsonaro piorou um pouco, segundo boletim médico. Da segunda para ontem, melhorou. Embora devagar, o país começa a pulsar ao ritmo dos boletins.

O presidente Jair Bolsonaro foi submetido a tratamento com antibióticos de amplo espectro após apresentar elevação da temperatura, com 37,3 °C, e alteração de alguns exames laboratoriais, com aumento de leucócitos. Com isso, a previsão de alta foi adiada.

Exames de imagem mostraram uma “coleção líquida” ao lado do intestino na região da antiga colostomia, segundo boletim médico divulgado há pouco. Ele foi submetido à punção guiada por ultrassonografia e permanece com dreno no local.

O presidente está internado em unidade de cuidados semi-intensivos do Hospital Israelita Albert Einstein e, no momento, está sem dor e sem febre. Ele permanece em jejum oral, com sonda nasogástrica e nutrição parenteral (endovenosa) exclusiva.

Uma evolução nos movimentos intestinais foi citada no boletim médico, que informou dois episódios de evacuação do presidente. Bolsonaro segue realizando exercícios respiratórios e de fortalecimento muscular no quarto. Por ordem médica, as visitas permanecem restritas, ele está acompanhando da esposa Michelle e do filho Carlos Bolsonaro.

No sábado, Carlos disse que seu pai havia tido uma recaída durante a tarde, mas que ele estava “nas mãos de profissionais excepcionais” e que a situação tinha se normalizado.

Aquela foi a primeira piora de Bolsonaro desde a cirurgia. Nos dias anteriores, o presidente apresentava melhoras gradativas e sucessivas e chegou a ser advertido pelos médicos por ter realizado videoconferências.