Não há mais uma data fica para a alta do presidente Jair Bolsonaro no hospital Alberto Einstein, em São Paulo. Ele se recupera da reversão da colonoscopia, mas prejudicou sua reabilitação ao voltar a trabalhar antes do previsto. Pior: fez seu intestino parar de funcionar e agravar, ainda que por um período, sem estado de saúde.
Sem criar falsas expectativas, o mais aconselhável é deixar em aberto a data da saída para não criar falsas expectativas que possam se frustrar. Mesmo com a ansiedade do presidente para tirar os holofotes de Mourão.
Seguimos despachando do hospital (05/02/2019). O Brasil precisa de nosso total empenho para que possamos continuar alavancando nosso país! ?? pic.twitter.com/2HPqWQA1UJ
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 5 de fevereiro de 2019
Um dos médicos que cuidam de Bolsonaro confidenciou a um amigo que a maneira como ele e sua família se comportam está atrasando a recuperação do paciente. “Não estou gostando”. Na cúpula do governo é crescente a preocupação com o estado de saúde do presidente. Quanto mais ele demorar no hospital, mais se arrastarão decisões importantes que dependem unicamente dele.
Uma alta autoridade da República visitou, ontem à tarde, o Congresso, e com mais de um parlamentar comentou que ainda não foi de todo afastado o risco de um quadro de septicemia, infecção grave do sangue que acontece quando uma infecção bacteriana em outra parte do corpo se espalha pela circulação sanguínea, chegando a vários locais.
Ele insiste que está bem:
Há um gigantesco diferencial entre informar com imparcialidade e fazer militância maldosa. Meu estado de saúde neste momento encontra-se em plena evolução e estou feliz em compartilhar este sentimento com todos! Um dia de cada vez! Uma excelente terça-feira a todos! ????
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 5 de fevereiro de 2019
Evolução
Do domingo para a segunda-feira, Bolsonaro piorou um pouco, segundo boletim médico. Da segunda para ontem, melhorou. Embora devagar, o país começa a pulsar ao ritmo dos boletins.
O presidente Jair Bolsonaro foi submetido a tratamento com antibióticos de amplo espectro após apresentar elevação da temperatura, com 37,3 °C, e alteração de alguns exames laboratoriais, com aumento de leucócitos. Com isso, a previsão de alta foi adiada.
Exames de imagem mostraram uma “coleção líquida” ao lado do intestino na região da antiga colostomia, segundo boletim médico divulgado há pouco. Ele foi submetido à punção guiada por ultrassonografia e permanece com dreno no local.
O presidente está internado em unidade de cuidados semi-intensivos do Hospital Israelita Albert Einstein e, no momento, está sem dor e sem febre. Ele permanece em jejum oral, com sonda nasogástrica e nutrição parenteral (endovenosa) exclusiva.
Uma evolução nos movimentos intestinais foi citada no boletim médico, que informou dois episódios de evacuação do presidente. Bolsonaro segue realizando exercícios respiratórios e de fortalecimento muscular no quarto. Por ordem médica, as visitas permanecem restritas, ele está acompanhando da esposa Michelle e do filho Carlos Bolsonaro.
No sábado, Carlos disse que seu pai havia tido uma recaída durante a tarde, mas que ele estava “nas mãos de profissionais excepcionais” e que a situação tinha se normalizado.
Aquela foi a primeira piora de Bolsonaro desde a cirurgia. Nos dias anteriores, o presidente apresentava melhoras gradativas e sucessivas e chegou a ser advertido pelos médicos por ter realizado videoconferências.
Reunião por vídeoconferência com o Ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, General Heleno. pic.twitter.com/q4tChZxS5n
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 1 de fevereiro de 2019