26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Bolsonaro foi “de penetra” aos EUA e até Bush foi pego de surpresa

Ex-presidente americano não sabia da agenda oficial de Bolsonaro em Dallas

Twitter presidencial

Durante as manifestações da Paralisação Nacional da Educação, o presidente Jair Bolsonaro foi até os EUA para, segundo ele, receber o prêmio de Personalidade do Ano, entregue pela pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. Na oportunidade, ele acusou os manisfestantes de serem “idiotas úteis e “imbecis, usados como massa de manobra”.

Pouco depois, foi revelado que o presidente chegou de surpresa, sem ser convidado, aos Estados Unidos. O prefeito de Dallas se recusou a recebê-lo e até mesmo George W Bush foi pego de surpresa com a reunião que teriam.

O ex-presidente americano não sabia da agenda oficial de Bolsonaro em Dallas. Segundo o assessor de imprensa de Bush, Freddy Ford, Bush não fora consultado previamente nem convidara o brasileiro para um encontro na cidade texana.

“Ao contrário de algumas reportagens, o presidente Bush não esteve envolvido nos arranjos da viagem e não estendeu o convite para Bolsonaro vir a Dallas. Mas claro que ele concordou em se encontrar com o presidente Bolsonaro em seu escritório quando soube de sua visita à cidade – uma cortesia que ele regularmente estende aos dignitários estrangeiros quando estão nesta região”. Freddy Ford, porta-voz de Bush.

Já o representante do World Affairs Council, de Dallas, nos Estados Unidos, Jorge Baldor, foi mais direto e negou ter convidado o presidente Jair Bolsonaro para ser homenageado na sede da entidade na próxima quinta (16).

“Ele mesmo se convidou. Bolsonaro não vai receber um prêmio. Não há um fórum público programado, e ele terá apenas um almoço com empresários”, Jorge Baldor.

Recusado em Nova York

Após ser chamado de “humano muito perigoso” pelo prefeito de Nova York e ter sua visita recusada para receber o tal prêmio de “personalidade do ano pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos”, o Itamaraty fechou às pressas uma agenda no Texas, estado historicamente conservador, para que o presidente possa se encontrar com empresários e políticos sem ter de enfrentar protestos.

Em entrevista a uma rádio, em abril, o prefeito de Nova York, o democrata Bill de Blasio, disse que Bolsonaro não era bem-vindo à cidade e o chamou de racista, homofóbico e destrutivo.