27 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Novo normal da sociedade espanca mulheres e confunde liberdade com brutalidade

“Novo normal” trouxe com ele a violência escancarada e um padrão doentio de ver a vida

O espancador de Ilhéus, foragido da justiça, após esmurrar várias vezes uma jovem na cidade baiana

De repente o “novo normal’  na sociedade brasileira expôs as personalidade de figuras desnorteadas fazendo da perversidade a arma da sustentação do ser.

É como se pessoas estivessem se abrindo – e não por encanto –  talvez, pela raiva, ódio ou qualquer outro sentimento insano e deixando às claras o que de há muito estava oculto no seu interior.

E assim aparecem as figuras para espancar mulheres, como fez recentemente o “valentão” de Ilhéus, na Bahia, explicitando toda a sua covardia em uma violência criminosa, própria de um psicopata.

Há quem diga que isso é um caso isolado, mas não é. Os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) dizem que 1 em cada 3 mulheres sofrem de violência física e/ou sexual, praticadas pelos homens.

E aí quando denunciados ou flagrados partem para justificar a barbárie atacando movimentos feministas. Estupram e dizem que a culpa é da vítima. Seja pela saia que usava ou por que “deu mole”.

Sua excelência, Robinho “pedalada”, ex-Santos Futebol Clube que o diga. Atleta envolvido em estupro de uma albanesa na Itália.

Se esse é o novo normal da sociedade, seja brasileira ou de qualquer outra parte do mundo, é sinal de que a tristeza domina a cena e que a tendência de tudo isso é se agravar. As pessoas estão aceitando como “natural”.

Temos um um sistema social, econômico e cultural pra lá de complexo, que faz da exclusão, do racismo, do machismo, da homofobia e da intolerância um leque de valores torpes, lamentavelmente cultuado pelos ditos “homens de bens”.

Difícil é ver como isso vai parar entre nós. Não há visão no horizonte por aqui. Principalmente, quando os dados do IBGE revelam que 13,5 milhões de brasileiros vivem hoje em extrema pobreza. A maioria, preta e parda. Uma gente exposta e vulnerável.

Pois esse tal “novo normal” trouxe com ele a violência escancarada e um padrão doentio de ver a vida que confunde a liberdade com a brutalidade.

Se isso é o normal de agora, o doente sou eu.