26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

PF investiga Guedes por crime de fraude bilionária em fundos de pensão estatais

O caso foi revelado em 2018, ainda durante a campanha eleitoral e envolve fundos como Previ, do Banco do Brasil, Funcef, da Caixa, a Petros, da Petrobras

Segundo o jornalista Lauro Jardim, segue “em velocidade de cruzeiro” a investigação que tem como alvo o ministro da Economia, Paulo Guedes, por crimes cometidos ao fraudar fundos de pensão estatais.

E nesta investigação, um dos focos de ação prioritários da operação Greenfield, foram desvendados prejuízos bilionários nos maiores fundos de pensão do Brasil

O caso foi revelado em 2018, ainda durante a campanha eleitoral, quando o Ministério Público Federal (MPF) divulgou a investigação sobre as suspeitas de que Guedes se associou a executivos para praticar fraudes em negócios com fundos de pensão de estatais.

O “super” ministro de Jair Bolsonaro captou ao menos R$ 1 bilhão dessas entidades em seis anos. Ele é investigado ainda por suposta emissão e negociação de títulos sem lastros ou garantias ao negociar, obter e investir recursos de sete fundos.

Entre as entidades estão Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa) e Postalis (Correios), além do BNDESPar —braço de investimentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

As transações foram feitas a partir de 2009.

“Há relevantes indícios de que, entre fevereiro de 2009 e junho de 2013, diretores/gestores dos fundos de pensão e da sociedade por ações BNDESPar” se consorciaram “com o empresário Paulo Roberto Nunes Guedes, controlador do Grupo HSM”. MPF.

A intenção seria a de cometer “crimes de gestão fraudulenta ou temerária de instituições financeiras e emissão e negociação de títulos imobiliários sem lastros ou garantias”.

O caso virou alvo de investigação da Polícia Federal em novembro do mesmo ano e também são alvo do Tribunal de Contas da União.

Por meio de nota, Guedes nega as irregularidades investigadas e afirma que tudo ocorreu de forma legal.

“A legalidade e a correção de todos os investimentos dos fundos que, diga-se de passagem, têm sido lucrativos aos cotistas, incluindo os fundos de pensão”. Paulo Guedes, ministro da Economia, em nota.

Ministério da Economia

Mesmo assim, Guedes levou parte dos investigados para o Ministério da Economia. Em janeiro deste ano, Esteves Colnago, denunciado pela Procuradoria da República no Distrito Federal por participação no rombo de R$ 5,5 bilhões nos principais fundos de pensão do país, foi promovido por Guedes a chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia.

Colnago foi denunciado por “gestão temerária” pela Operação Greenfield, da Polícia Federal.

Operação

A Operação Greenfield começou em 2016, a pedido do Ministério Público Federal e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ela investiga desvio em fundos de pensão, bancos públicos e estatais.

No total as autoridades acreditam que mais de R$ 8 bilhões em prejuízos estão envolvidos na investigação. Participaram da operação cerca de 560 policiais federais, além de 12 inspetores da CVM, quatro procuradores federais da CVM, oito auditores da PREVIC e quatorze procuradores da República.