26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

‘Tenho o couro duro’: Bolsonaro recua, nega fim da estabilidade de servidor e ataca imprensa

Presidente destaca que “nunca falou” sobre o tema, apesar disso fazer parte das propostas de Paulo Guedes

O presidente Jair Bolsonaro disse hoje que “nunca falou” em dar fim à estabilidade do servidor público, durante as discussões do governo sobre a reforma administrativa ainda em elaboração.

A afirmação dada na saída do Palácio do Alvorada foi em resposta a uma matéria publicada pelo jornal Correio BrazilienseDe acordo com o jornal, a proposta de reforma administrativa a ser enviada ao Congresso Nacional previa tal medida.

Bolsonaro criticou também uma outra reportagem – da Folha de S. Paulo – envolvendo o presidente em um suposto caso de Caixa 2 durante as campanhas eleitorais. O presidente classificou as reportagens como “covardia e patifaria”. Ao deixar o Alvorada, Bolsonaro conversou com alguns simpatizantes.

“De novo, hoje, capa do Correio Braziliense dizendo que vou acabar com a estabilidade do servidor. Não dá para continuar com tanta patifaria por parte de vocês. Isso é covardia e patifaria. Nunca falei nesse assunto. Querem jogar o servidor contra mim. Como ontem a Folha der S.Paulo queria me ligar ao problema em Minas Gerais. Um esgoto a Folha de S.Paulo. Lamento a imprensa brasileira agir dessa maneira. O tempo todo mentindo, distorcendo e me difamando. Vocês querem me derrubar? Eu tenho o couro duro. Vai ser difícil”. Jair Bolsonaro, presidente.

Propostas de reforma do governo, anunciadas por Maia, são assinadas por Paulo Guedes

Maia e Guedes

Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, afirmou neste domingo que o governo Bolsonaro encaminhará ao Congresso Nacional propostas que tratam de mudanças na regra de ouro.

A regra é um mecanismo de controle fiscal, previsto na Constituição, que proíbe o endividamento público para pagar despesas correntes, como salários de servidores federais. Conhecida de forma infame como, pedalada fiscal do governo, consequências equivalentes do ponto de vista legal às manobras levaram ao impeachment da ex-presidente Dilma.

Já a reforma administrativa também esteve em pauta e terá novas propostas. A reform está em fase final de elaboração no Ministério da Economia e deve prever, entre outros itens, o fim da estabilidade para a maioria dos servidores públicos, uma drástica redução no número de carreiras, salários mais alinhados com a iniciativa privada, rigorosa avaliação de desempenho e travas para as promoções.​

O que esperar com a reforma, que busca uma economia de R$ 102 bilhões:

  • Fim da estabilidade para a maioria dos servidores públicos;
  • Drástica redução no número de carreiras;
  • Salários mais alinhados com a iniciativa privada;
  • Rigorosa avaliação de desempenho;
  • Travas para as promoções.