A proteção ao meio ambiente é indispensável à vida do planeta. Sem fiscalização ambiental as tragédias viram rotina e o resultado vai muito além da tristeza.
As tragédias de Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais, do Pinheiro, Bom Parto, Mutange e Bebedouro, em Maceió, são provas inequívocas da necessidade de uma legislação ambiental forte.
Quando isso não acontece, o homem paga com a vida: seja morrendo soterrado pela lama das barragens, como em Minas, seja pelo colapso na saúde, como no caso de Maceió, após o crime ambiental da Braskem.
Mas, infelizmente, a sociedade se omite, se acomoda e deixa a boiada passar, como bem quer o governo, seguindo a cantilena do corrupto ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Só que quando “boiadeiros” passam a tanger a boiada de forma descontrolada, alguém, inevitavelmente, sairá pisoteado.
O pior de tudo é que a Câmara dos Deputados, agora na gestão do alagoano Arthur Lira (PP), aderiu ao estouro da boiada e aprovou uma lei que flexibiliza a legislação ambiental do País.
A flexibilização da fiscalização ambiental abre espaço para decisões locais. Isso significa dizer que vai valer, cada vez mais, o clichê manda quem pode e obedece quem tem juízo.
Um jargão bem ao gosto dos gestores de plantão, que, enfim, será institucionalizado.
As tragédias de Mariana, em 2015, e Brumadinho, em 2019, onde morreram centenas de brasileiros soterrados na lama, são consequências desse “manda quem pode”. Na explicita omissão, a fiscalização fez de conta que estava tudo certo nas barragens e deu-se a matança das pessoas.
A omissão na fiscalização à Braskem, aqui em Maceió, também é resultado do mesmo “modus operandi”. O que falar, em meio a tragédia que bate na cara de toda a sociedade, dos gestores públicos e dos órgãos de fiscalização?
É crime. Poucos se importam. Nem mesmo com as mortes de tantos e tantas.
O projeto aprovado na Câmara seguiu para o Senado e, certamente, será aprovado com direito a selfies de deputados e senadores dizendo “eu votei sim”.
Votou: contra os interesses da vida sustentável e a favor da especulação, da devastação, da degradação do meio, tão ao gosto dos que lucram alto com os crimes ambientais.
E o pior é que a Câmara aprovou o texto final sem qualquer debate político.
Triste Brasil que volta à idade média, como terra de ninguém e pastos de meia dúzia.