O Brasil segue atualmente o rito de gestão, onde o presidente da República já não apita mais em nada. Pelo Contrário: O Centrão manda e Jair Bolsonaro obedece.
O caso mais recente, além da passagem das chaves dos cofres da União para o Centrão, é a defesa que o governo passou a fazer dos R$ 5,7 bilhões do Fundo Eleitoral – aquele dinheiro para custear as campanhas políticas.
Lá atrás, quando o Congresso aprovou o fundo de quase R$ 6 bilhões, Bolsonaro vetou para o jogo de cena natural, mas sabendo que seu veto seria derrubado até por que era o que havia sido combinado com aliados políticos dele.
Derrubado o veto, aprovou-se então o fundo de R$ 4,9 bilhões no Orçamento de 2022. Só que o Centrão não ficou satisfeito e deixou isso claro ao Palácio do Planalto.
O que fez então seu Jair? Nesta quarta-feira, 19, determinou a Advocacia Geral da União (AGU) a defender junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) a constitucionalidade do aumento do valor do fundão para este ano de campanha eleitoral.
A AGU pediu inclusive ao Supremo que rejeite a ação em que o partido Novo pede a revogação da aprovação do fundo.
Nesse ínterim, o líder do Centrão, ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, pediu ao ex-posto Ipiranga, Paulo Guedes, da Economia, para que remaneje mais R$ 800 milhões da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para turbinar o fundo.
O argumento é de que a campanha de reeleição de Bolsonaro também será beneficiada pela dinheirama.
E assim o governo vai sendo tocado. Jair se cala, o Centrão fala.
Não apenas fala. Segue o rito liberal conservador: manda quem pode…