27 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

‘Nazismo não’: Aziz critica na CPI encontro às escondidas de Bolsonaro com deputada neonazista

Reação aconteceu depois do senador Rogério Carvalho revelar estar sendo perseguido por militares e pela Abin

No retorno da CPI da Pandemia, antes do depoimento do reverendo Antonio Gomes de Paula, o senador Rogério Carvalho informou estar sendo perseguidos por militares, por causa de sua atuação na comissão.

Foi quando o presidente da CPI, Omar Aziz, confirmou que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) também teria vazado informações sobre ele. E passou a bradar, com raiva, sobre o encontro de Jair Bolsonaro com uma deputada alemã neonazista.

“Nazismo não. Somos solidários ao povo judeu. Sem tirar foto sorrindo com uma nazista”. Omar Aziz.

Aziz acredita que o presidente Bolsonaro afrontou o Brasil ao receber, às escondidas, Beatrix von Storch, uma das principais liderança da AfD.

Neonazista

Uma semana antes, a deputada federal e presidente da CCJ, Bia Kicis, virou notícia ao receber com abraços e felicitações a neonazista Beatrix von Storch. A deputada alemã, que é neta de um dos ministros de Hitler, aparece depois simplesmente ao lado do presidente Jair Bolsonaro.

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Beatrix von Storch, vice-líder do partido “Alternative für Deutschland” (AfD), publicou em sua foto no Instagram a foto ao lado do presidente brasileiro, nesta segunda-feira (26).

Ela disse:

“Um encontro impressionante no Brasil: agradeço ao presidente brasileiro por sua recepção amigável e estou impressionado com sua clara compreensão dos problemas na Europa e dos desafios políticos do nosso tempo. Em um momento em que a esquerda está avançando sua ideologia através de suas redes e organizações internacionais em escala global, nós conservadores também precisamos nos conectar mais de perto e a nível internacional. Além dos EUA e da Rússia, o Brasil é um parceiro estratégico global com quem queremos moldar o futuro juntos”. Beatrix von Storch.

O governo alemão já considera o AfD de Beatrix como uma possível ameaça extremista no país. Tanto que a chanceler Angela Merkel já colocou o serviço secreto alemão a investigar uma ala do partido e seus membros.

Partido de extrema-direita fundado em 2013, o Museu do Holocausto afirma que a iniciativa tem tendências “racistas, sexistas, islamofóbicas, antissemitas, xenófobas e forte discurso anti-imigração.”

Apesar disso, na semana passada, quando alertada pelos tons nazistas de Von Storch e seus partidários, Kicis disse que pesquisou a fundo o passado da alemã e não encontrou nada de errado.

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Pelo contrário: tudo não passaria da “narrativa contra conservadores”. Aparentemente, nem mesmo alemães conseguiriam reconhecer um nazista, segundo Kicis.

O avô de Beatrix von Storch é Lutz Graf Schwerin von Krosigk, que ministro das Finanças na Alemanha Nazista. Ele serviu continuamente ao “Terceiro Reich”, desde a nomeação de Hitler como chanceler até o fim da Segunda Guerra Mundial.