A incompetência e fracasso na gestão de um general, tido pelo presidente Jair Bolsonaro como um especialista em gestão, nem deveria ser discutida. A forma hedionda, teimosa e burra com que o próprio Bolsonaro lida com a pandemia também não.
É revoltante ter que desenhar o que há de errado neste período de crise e desmentir um hipócrita que usa a Bíblia para se passar por propagador da verdade. Hipócrita que continua mentido em suas ações nesta pandemia, e não é de hoje: tudo começou com seu ministro da Saúde não-oficial, o deputado Osmar Terra.
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Agindo de propósito ou não, aparelhamento de Bolsonaro amplia número de mortes
Ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra é um médico que, muito antes de acredita no poder da cloroquina, vendeu e convenceu meio mundo de seguidores que a melhor coisa para fazer na pandemia era “nada”.
A ideia brilhante era a de fazer com que a covid-19, que faria tantos estragos quando a H1N1, se espalhasse no brasil de forma comunitária, infectando livremente a população. Isso para atingir a imunidade de rebanho – algo que nunca aconteceu de forma natural, apenas com vacinação.
Com seu “fato e versão do fato”, este irresponsável se tornou a voz da razão do presidente Jair Bolsonaro, que passou a convencer seu gado que a melhor solução era alcançar a imunidade de rebanho.
A curva de contágio da Covid 19 já passou pelo pico e está caindo durante o mês de maio, como prevíamos. Todas as cidades mais afetadas registram quedas de internação diária. A trajetória do vírus ignorou a quarentena, não achatou curva alguma. Epidemia termina em junho. pic.twitter.com/wXmlyo6h29
— Osmar Terra (@OsmarTerra) June 2, 2020
Corta para hoje, estamos alcançando 300 mil mortos e a normalidade está longe de ser recuperada, pois durante meses nesta pandemia (uma tragédia que já dura mais que um ano), perdemos tempo com medidas simples, que até pessoas com deficiência intelectual são capazes de seguir: usar máscara e respeitar o distanciamento.
Mas não: perdemos tempo falando em imunidade de rebanho e deixaram o vírus correr solto. Novas cepas e variantes brasileiras são mas contagiosas, letais e ameaçam até mesmo outros países. Isso tudo empurrando com a barriga a necessidade de compra de vacinas – ou mesmo cuidados mais simples.
Traduzindo do epidemiologês. Ele está falando que a imunidade de rebanho e não a vacinação, termina com o surto epidêmico! Como nós estamos dizendo desde o início! “Pandemia pode acabar em abril nos EUA, diz médico da Johns Hopkins” @UOLNoticias @UOL https://t.co/kPTvO2VbQ4
— Osmar Terra (@OsmarTerra) February 21, 2021
Hoje, o mesmo Terra, que precisou ser internado por conta da Covid-19, segue dizendo que “sempre esteve certo”, afirmando que quem vacina quer também a ‘imunidade de rebanho’. “Mas seu imbecil”, perguntaria o indignado, “desde quando deixar o vírus correr e vacinar são a mesma coisa”?
Claro, Bolsonaro também nunca voltou atrás de seus erros. Segue “infalível, perfeito, mestre dos golpes de mestre”. Isso, claro, só se a meta foi o genocídio, pois nem a sagrada economia conseguiriam safar.
Que nunca esqueçam: mortes na pandemia seriam inevitáveis, mas 300 mil mortos no período de um ano? Os culpados têm nome e sobrenome. Alguns mais do que os outros.