29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Ameaçar as eleições é a nova motivação daqueles que não queriam “Brasil virar Venezuela”

Propagação da miséria, decisões ditatoriais, ataques e censuras, imposição militar e corrupção disseminada são legado de um presidente que cagou pro país

Após 8 anos de governo Lula e pouco mais de 5 do governo Dilma, ambos do PT, foi disseminada a percepção de que a esquerda estaria realizando sua plano comunista do Brasil virar Venezuela.

Militares passaram a ganhar mais dinheiro e bancos passaram a lucrar como nunca, mas por algum motivo, o macarthismo contra os ‘comunistas comedores de crianças’ colocou como fato de que o Brasil estava destruído e que antes de piorar, antes da instauração de uma ditadura da esquerda, seria preciso uma mudança radical.

Para isso, após o impeachment e uma conjectura de uso de mentiras e desinformações, atropelos judiciais e ascensão de uma direita que passou a namorar com ideais supremacistas (que juram ser coisa da esquerda), o eleito foi um homem que “não é político”, que é “honesto”. Jair Bolsonaro.

Hoje presidente do Brasil, Jair Bolsonaro ganhou popularidade falando besteiras e crimes em programas como o SuperPop ou CQC e foi eleito após Lula ser preso e superar Haddad no segundo turno. Uma eleição que contou com um candidato motivado pelo ódio ao PT e a popularidade ganha após o atentado a faca.

Mas Jair já era político. Desde que foi considerado corno, muambeiro e responsável por planejar um atentado terrorista. Para escapar do Tribunal Militar, foi eleito vereador em 1991 e deputado federal pelo Rio de Janeiro em 1993. Como grandes feitos, teve a ideia de legalizar a milícia. Ou prometer que se fosse presidente, mataria mais de 30 mil em uma guerra civil.

Hoje, sabe-se, nem honesto era: durante sabe-se lá quanto tempo, roubava o salário de seus assessores. Nem mesmo de direita ele se considerava. Fã de Lula, Bolsonaro era um cara que mesmo armado, era assaltado e perdia motocicleta, temendo pela vida.

Acervo do Estadão (portanto, claro, não é montagem nem fake news)
Assalto sofrido por Bolsonaro em 1995 culminou com a morte misteriosa de um bandido e de sua família

Surfando na onda da nova direita, com seu filho Eduardo Bolsonaro sendo assessorado por Steve Bannon, oportunista mentiroso que alçou Trump ao poder e foi preso por desviar o dinheiro do muro da fronteira do México, queria faz uma nova ordem de líderes de extrema direita. Com resultados pra lá de conhecidos para quem conhece um pouco de história.

Bolsonaro então aparelhou o Brasil quando eleito: destruiu a Educação (a percepção é a de que universitário é tudo maconheiro), destruiu a Ciência (mexeu no Inpe, retirou dinheiro de pesquisas), destruiu o Meio Ambiente (Brasil passa por estiagem após queimas recordes no Amazonas e Pantanal), destruiu a Economia (tudo subiu, menos nosso salário) e destruiu a Saúde (sem comentários).

Tendo feito e falado muita merda (literalmente), Bolsonaro tomava rumo como candidato de um mandato só. Tendo se vendido ao centrão, apelado no toma lá, da cá e colocando pessoas inapropriadas em posições chaves (o oposto do que prometera, afinal, é um mentiroso), atrás nas pesquisas partiu para um novo factóide: a de que “votação eletrônica no Brasil não é confiável“.

Na última eleição com votos em cédulas, por coincidência ou não, houve indício de fraudes em votos para Bolsonaro

O homem que é eleito desde 1991, apesar de nunca fazer nada que preste (apenas enriqueceu a própria família às custas das tetas do governo), e que em 1994 contou com votos fraudulentos, inventa dizer que há roubo nas urnas, já que está atrás nas pesquisas. Como todo ser pensante e sensato diz que não vai votar nele, ele resolve levar a bola pra casa e não deixar ninguém mais brincar.

E isso justamente com o aval da cúpula militar, que ele mesmo escolheu a dedo, após uma decisão muito difícil entre o militarismo e o núcleo ideológico. Cristo, não chegamos nem a falar de Olavo de Carvalho neste texto. No que diabos o Brasil se meteu?